Como os ossos quebrados cicatrizam?

O osso cicatriza produzindo cartilagem para preencher temporariamente o orifício causado pela fratura. Essa cartilagem é então substituída por novo tecido ósseo.

Uma queda, seguida de uma fratura – muita gente já passou por isso. Ossos quebrados são dolorosos, mas a maioria se recupera muito bem. O segredo está nas células-tronco e na capacidade natural do osso de se regenerar.

Muitas pessoas pensam nos ossos como sólidos, rígidos e estruturais. Os ossos são, sem dúvida, essenciais para manter nossos corpos eretos, mas também são órgãos altamente dinâmicos e ativos.

O osso antigo é constantemente substituído por osso novo em uma interação delicadamente regulada das células presentes. Esse mecanismo de manutenção diária é muito útil quando nos deparamos com um osso quebrado.

Isso permite que as células-tronco primeiro produzam cartilagem e depois criem novo osso para curar a fratura, tudo isso facilitado por uma sequência de eventos finamente ajustada.

O sangue vem em primeiro lugar.

A cada ano, ocorrem cerca de 15 milhões de fraturas, que é o termo técnico para ossos quebrados, nos Estados Unidos.

A resposta imediata a uma fratura é o sangramento dos vasos sanguíneos presentes em nossos ossos.

O sangue coagulado se acumula ao redor da fratura óssea. Isso é chamado de hematoma e contém uma rede de proteínas que funciona como um tampão temporário, preenchendo o espaço deixado pela fratura.

O sistema imunológico entra em ação para orquestrar a inflamação, que é uma parte essencial do processo de cura.

As células-tronco dos tecidos circundantes, da medula óssea e do sangue respondem ao chamado do sistema imunológico e migram para a fratura. Essas células iniciam duas vias diferentes que permitem a cicatrização óssea: a formação óssea e a formação de cartilagem.

Cartilagem e osso

Novo osso começa a se formar principalmente nas bordas da fratura. Isso acontece de maneira muito semelhante à formação óssea durante a manutenção normal do dia a dia.

Para preencher o espaço vazio entre as extremidades quebradas, as células produzem cartilagem macia. Isso pode parecer surpreendente, mas é muito semelhante ao que acontece durante o desenvolvimento embrionário e quando os ossos das crianças crescem.

A formação de cartilagem, ou calo mole, atinge o pico cerca de 8 dias após a lesão. No entanto, não é uma solução permanente, pois a cartilagem não é forte o suficiente para suportar as pressões que os ossos sofrem no nosso dia a dia.

O calo mole é substituído primeiro por um calo duro, semelhante ao osso. Este é bastante resistente, mas ainda não tão resistente quanto o osso. Cerca de 3 a 4 semanas após a lesão, inicia-se a formação de novo osso maduro. Este processo pode levar muito tempo — vários anos, na verdade, dependendo do tamanho e da localização da fratura.

No entanto, existem casos em que a consolidação óssea não é bem-sucedida, o que causa problemas de saúde significativos.

Complicações

Fraturas que demoram um tempo anormalmente longo para cicatrizar, ou aquelas que não se consolidam de todo, ocorrem em cerca de 10% dos casos.

No entanto, um estudo descobriu que a taxa de fraturas que não cicatrizam era muito maior em fumantes e ex-fumantes. Os cientistas acreditam que isso pode ser devido ao fato de que o crescimento de vasos sanguíneos no osso em processo de cicatrização é retardado em fumantes.

Fraturas que não cicatrizam são particularmente problemáticas em áreas que suportam muita carga, como a tíbia. Nesses casos, uma cirurgia para corrigir a falha óssea que não cicatriza costuma ser necessária.

Os cirurgiões ortopédicos podem usar osso de outra parte do corpo, osso retirado de um doador ou materiais artificiais, como osso impresso em 3D, para preencher o buraco.

Mas, na maioria dos casos, o osso faz uso de sua notável capacidade de regeneração. Isso significa que o novo osso que preenche a fratura se assemelha muito ao osso antes da lesão, sem deixar vestígios de cicatriz.


Data da publicação: 31 de agosto de 2017